Ó, pai ó.

Resenha crítica produzida por Samuel Marinho.

Capa Original

FICHA TÉCNICA:

Titulo: Ó Paí, Ó (Original)

Ano de produção: 2008

Lançamento: 2008 (Brasil)

Roteiro e Direção: Monique Gardenberg (Roteiro produzido também por Mauricio

Produção: Augusto Casé, Guel Arraes, Maria Ionescu, Lazaro Ramos, Paula Lavigne e Sara Silveira

Elenco: Lazaro Ramos, Dira Paes, Wagner Moura, Stenio Garcia, Emamuelle Araújo, Erico Brás, Luciana Souza

Duração: 98 min.

Classificação: 14 — Não recomendado para menores de 14 anos

Gênero: Comédia Musical

Distribuição: Europa filmes

PRÊMIOS E FESTIVAIS:

Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro 2007:
indicado a Melhor Ator Coadjuvante (Lázaro Ramos), Som, Maquiagem e Trilha Sonora;

— Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2008:
indicado a Melhor Ator (Lázaro Ramos) e Roteiro Adaptado

RESENHA:

Cena do Filme.

Com direção de Monique Gardenberg, Ó Pai, Ó, é uma comédia-musical cujo retrato em tela, mais que poeticamente, representa nosso carnaval, como também, imprime e exprime esse evento cultural brasileiro de forma singularmente verídica.

A trama conta a história de um punhado de figuras, muito bem construídas pelas mãos da própria diretora, residentes de um cômico cortiço no Pelourinho-SA, a viver o último dia de Carnaval em Salvador. Com atuações louváveis de atores marcantes do cenário nacional, tal como Lázaro Ramos (dando vida ao Roque); Stênio Garcia; Wagner Moura; Dira Pires; Emanuelle Araújo, e o épico Bando de Teatro Olodum.

O personagem principal da obra é percebido como o próprio Carnaval, ganhando vida através de cada um dos personagens que personificam as características próprias culturais do mesmo: o prazer lúbrico aflorado na pele em forma de paixão e alegria, expresso em dança, sorriso e cantoria; muito bem encenada na relação de Roque e Rosa (Emanuelle Araújo); e nos enredos do personagem Reginaldo (Érico Brás). Tão somente o lado revoltante daqueles que atacam a felícia inerente da festa, reprimindo os do lado de lá. E quanto aos repressores de plantão, personificam-se na figura central de Dona Joana (Luciana Souza).

Tanto a cena de abertura (opening image), que introduz o primeiro arco, quanto a cena final (idealmente, oposta a primeira) são eximiamente amarradas no ponto médio do roteiro (midpoint). Enquanto na abertura temos um elemento de vida, início de uma relação instigante, a qual vemos na interação de Roque e Rosa, dois personagens que nos são apresentados logo de cara, e na letra da música de abertura; no final temos um elemento mortífero, de perca e tristeza, também acompanhada na trilha. Já nos minutos centrais do longa, ambos os elementos estão presentes e se interligam.
Para que não haja “spoilers”, vejam o filme! Disponível na Globoplay e também no canal do YouTube do Canal Brasil.

A direção teve um brio com o tema da obra também em sua fotografia, fotografando majoritariamente cores quentes. As falas dos roteiros, majoritariamente em alto volume sonoro, presente nas balbúrdias dos habitantes do cortiço. E um delicado despojo sensual cena-a-cena. Todo um cuidado sutil que dá vida ao Carnaval, e traz o telespectador de modo imersivo, a se entreter com o regozijo da folia do Pelourinho.

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